Open Access
Artigos de Revisão, Biomed Biopharm Res., 2023; 20(1):106-125
doi: 10.19277/bbr.20.1.307; versão PDF [+]; html em inglês [EN]  

 

 

Métodos para avaliação da penetração cutânea de filtros solares orgânicos – uma revisão

 Débora Quintas Balla 1 , Alicio Vitorino de Souza Neto 1 , Renata Miliani Martinez 2  & Alexandra de Almeida Hübner 2 , Catarina Rosado 3 , André Rolim Baby 2 , Fabiana Vieira Lima1 ✉️

1 - Laboratory of Pharmaceutical Technology, Department of Health Science, Federal University of Espírito Santo, São Mateus, ES, Brazil
2 - Department of Pharmacy, Faculty of Pharmaceutical Sciences, University of São Paulo, São Paulo, SP, Brazil
3 - CBIOS - Center for Biosciences & Health Technologies, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Campo Grande 376, 1749-024 Lisboa, Portugal

 

Resumo

Protetores solares são cosméticos amplamente usados atualmente, visto que a população tem se conscientizado cada vez mais dos danos que a radiação ultravioleta causa na pele, como envelhecimento precoce e câncer de pele. Porém os filtros solares podem ser tóxicos ao organismo quando penetram na pele. Para que sejam eficazes, os filtros solares precisam se depositar nas camadas mais externas do estrato córneo, pois sua penetração até a derme pode proporcionar efeitos sistêmicos. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão de publicações no período dos anos 2000 a 2020, agrupando estudos de penetração de filtros solares. Neste contexto, destaca-se o uso de métodos in vitro e in vivo que avaliaram a penetração destes, como a técnica de tape stripping e o sistema de difusão de célula de Franz, que combinadas a métodos analíticos como cromatografia líquida de alta eficiência e espectrofotometria, permitiram traçar um perfil da penetração dessas substâncias e elucidar fatores que interferem na sua penetração. Ademais, estudos vêm sendo realizados com estratégias de veiculação que visam encapsular as moléculas de filtros solares, e/ou alterar suas características físico-químicas, visando aumento da eficácia e segurança do usuário.

Palavras-chave: Célula de Franz; filtros solares; penetração cutanea; tape stripping

Como Citar: Quintas Balla, D., Vitorino de Souza Neto, A., Miliani Martinez, R., de Almeida Hübner, A., Rosado, C., Rolim Baby, A., Vieira Lima, F. (2023) Methods for cutaneous penetration assessment of organic UV filters - a review. Biomedical and Biopharmaceutical Research, 20(1), 106-125.

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Recebido 03/04/2023; Aceite 31/05/2023

 

Introdução

A pele é o maior órgão humano em extensão e de relevância para aplicação de substâncias farmacológicas e cosméticas. Neste contexto, enfatiza-se a importância de estudos do comportamento de ativos químicos quando aplicados sobre a pele e, seu mecanismo de penetração pelo estrato córneo (EC). O EC atua na pele, como uma barreira de difusão e por isso, uma série de características físico-químicas da formulação aplicada deve ser levada em conta para esta análise (1).

Os protetores solares estão entre as formulações mais comuns utilizadas sobre a pele, especialmente porque a exposição à radiação ultravioleta (RUV) está associada a vários efeitos nocivos como câncer de pele, eritema e envelhecimento precoce da pele (2). Os filtros solares são definidos pelos órgãos regulamentadores como substâncias com a finalidade exclusiva e/ou principal de proteger a pele contra RUV absorvendo, dispersando ou refletindo a radiação (3,4).

Os filtros solares podem ser classificados quanto ao seu mecanismo de ação em filtros químicos (ou orgânicos) e em filtros físicos (ou inorgânicos). Para serem eficazes os filtros químicos precisam se acumular no EC, pois agem absorvendo a RUV. Os filtros físicos por sua vez, devem permanecem na superfície da pele, formando um filme, refletindo a RUV (5).

Os filtros solares ao penetrarem no estrato córneo podem permear através da pele até a circulação sistêmica. O EC é a barreira primária para a penetração de substâncias, podendo atuar também como reservatório dessas substâncias que são aplicadas sobre a pele (6).

O mecanismo de penetração envolve a entrada da molécula do filtro solar na camada mais superficial da pele, mas não requer a passagem dela de uma camada para outra como ocorre no movimento de permeação (7). Uma vez que influencia a partição da formulação e a sua difusão na pele, a lipofilicidade das moléculas activas é um dos mecanismos mais significativos que facilitam esta permeação, e é uma propriedade importante a ser estudada para compreender a penetração dos protectores solares na SC (8).

A penetração é o primeiro passo para que os filtros alcancem as camadas vascularizadas da pele, o que pode desencadear efeitos tóxicos (9). Ademais, a permeação dos filtros pode acarretar na perda da fotoproteção, pelo fato de sua ação fotoprotetora depender das moléculas permanecerem nas camadas mais superficiais do EC (10,11).

Diversos métodos para a avaliação da penetração e permeação de substâncias no EC tem sido aplicada, assim, o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão da literatura a respeito dos diferentes métodos in vitro in vivo utilizados para o estudo de penetração de filtros solares químicos na pele, assim como, os fatores que podem influenciar no perfil de penetração dos mesmos na pele.

 

Material e Métodos

As bases utilizadas para busca foram: Google Acadêmico, Scielo, Pubmed, Scopus e Periódicos CAPES. As palavras-chave utilizadas para a pesquisa foram “sunscreen” e “penetration”. O período de publicação selecionado para a pesquisa compreendeu publicações dos anos 2000 a 2020, encontrando no total 20.277 resultados. A partir dos resultados encontrados, realizou-se a seleção por título onde foram selecionados 398 resultados. Os critérios de exclusão dos títulos utilizados foram: a não presença dos termos buscados, a não utilização de métodos que avaliem a penetração dos filtros, ausência de filtros químicos e estudos de revisão. Foi utilizada a plataforma Mendeley Desktop para realização da seleção, leitura dos resumos e exclusão das duplicatas. Após a leitura dos resumos foram selecionados 122 artigos. Os mesmos critérios de exclusão foram utilizados após a leitura dos artigos, resultando na seleção de 61 artigos para esta revisão.

 

Resultados e Discussão

Os artigos foram analisados em relação à metodologia utilizada para avaliação da penetração e/ou permeação dos filtros solares na pele, quanto ao substrato utilizado como modelo para análise e quanto aos resultados apresentados.

Para unificar a nomenclatura dos filtros solares foi utilizada a nomenclatura internacional de ingredientes cosméticos (INCI), outros sinônimos e detalhes podem ser encontrados na Tabela Suplementar. Entre os filtros UV mais encontrados nessa revisão destacaram-se butyl methoxydibenzoylmethane, ethylhexyl methoxycinnamate, e benzophenone-3 (Tabelas 1, 2 e 3 respectivamente). Na Tabela 4 detalha-se lista filtros solares encontrados isoladamente, e na Tabela 5, em associação, assim como os veículos utilizados, a metodologia empregada e o substrato que foi utilizado como modelo de estudo.

Tabela 1 - Lista de artigos para o filtro solar butyl methoxydibenzoylmethane.
bbr.20.1.307.Tab1
Legenda: CLAE - cromatografia líquida de alta eficiência     

 

Tabela 2 – Lista de artigos para o filtro solar ethylhexyl methoxycinnamate
bbr.20.1.307.Tab2
Legenda: CLAE - cromatografia líquida de altaeficiência; UPLC - cromatografia líquida de ultra eficiência    

 

Tabela 3 – Lista de artigos para o filtro solar benzofenona-3
bbr.20.1.307.Tab3
Legenda: CLAE - cromatografia líquida de alta eficiência; O/A - óleo/água; A/O - água/óleo; DEET - N,N-Dietil-m-toluamida

 

Tabela 4 - Lista de artigos por filtro solar encontrado isoladamente.
bbr.20.1.307.Tab4
Legenda: CLAE - cromatografia líquida de alta eficiência     

 

Tabela 5 - Lista de artigos para filtros solares em associação. 
bbr.20.1.307.Tab5
Legenda: CLAE - cromatografia líquida de altaeficiência; UPLC - cromatografia líquida de ultra eficiência.    

 

Parte dos estudos encontrados dedicava-se a encontrar formulações que pudessem auxiliar na retenção dos filtros no EC, evitando a permeação dos filtros até a derme e hipoderme por meio de encapsulação dos filtros, com o uso de nano e micropartículas por exemplo e serão destacados a seguir.

A técnica de tape stripping e a utilização de difusão por meio de células de Franz  foram os achados mais comuns entre os estudos. Alguns autores optaram por utilizar os dois métodos no mesmo estudo, a fim de avaliar a penetração de filtros in vivo e in vitro. Outros métodos também foram utilizados pelos investigadores, como espectroscopia fotoacústica, mapeamento microscópico de Ramam e microscopia eletrônica (12-17).

O substrato utilizado como modelo de estudo também apresentou variações, como o de pele de ratos (18), coelhos (15), porcos (19) e pele humana (20), quando realizado o estudo in vitro.

Tape stripping 

A avaliação da penetração dos filtros UV na pele é relevante para determinar a segurança dos  utilizados em formulações de protetores solares. Estudos foram desenvolvidos para aprimoramento de técnicas que tornassem possível traçar o perfil de penetração dessas substâncias, entre elas, a técnica de tape stripping tem sido muito empregada, sendo um dos métodos mais comuns para avaliação da penetração de substâncias no EC.

Essa metodologia é realizada por meio da aplicação e remoção de fitas adesivas sucessivamente em uma área da pele, que precisa estar limpa e livre de pelos. Essas fitas que são aplicadas no mesmo local de pele, quando retiradas sucessivamente podem conter uma camada inteira de EC, sendo a primeira fita com a camada mais superficial de células e as demais fitas com camadas mais profundas (21).

Os agregados de corneócitos junto com as substâncias que foram aplicadas topicamente são transferidos para as fitas, depois são analisadas por métodos espectrométricos para quantificar as mesmas na camada de estrato córneo retirada com as fitas. Um dos métodos utilizados é a espectrofotometria UV/VIS que permite determinar a quantidade de substâncias no EC removido  em cada uma das fitas, podendo assim determinar se o EC foi retirado de forma homogênea (22). A Figura 1 mostra o passo a passo da aplicação do método no braço de um voluntário.

Figura 1 - Representação do método de tape stripping: 1) A área é demarcada e quantidade específica do produto é aplicado, e após tempo determinado as fitas são aplicadas e retiradas sucessivamente do mesmo local; 2) Representação das camadas da pele e camadas superficiais do estrato córneo retirado pelas fitas; 3) Fotografias demonstrando o procedimento antes e após a retirada das fitas no local de aplicação. 
bbr.20.1.307.Fig1

Uma benefício da técnica de tape stripping é que ela pode ser empregada para estudos in vivo, utilizando voluntários para a aplicação das substâncias (6,16); o que torna o estudo mais realista simulando as condições de uso da formulação (23).

Essa metodologia também pode ser aplicada in vitro, quando utilizada em conjunto com a célula de Franz, no qual o EC do modelo biológico que está sendo estudado é retirado com fitas adesivas, tornando possível traçar o perfil de penetração no EC e o perfil de permeação das substâncias ao mesmo tempo, os modelos usados nesses casos podem ser pele humana, advinda de cirurgias plásticas ou outros modelos como a pele de porco (24,25).

Alguns estudos, que utilizaram essa metodologia para avaliar a penetração de filtros, demonstraram que a maior parte dos filtros aplicados na pele, pôde ser recuperada nas primeiras fitas, ou seja, penetrando apenas nas camadas mais superficiais do EC sem evidência de que possa se considerar uma penetração profunda a ponto de encontrar a circulação sistêmica, mas que essa penetração depende do quanto a molécula é lipofílica, apresentando maior afinidade pelo EC, como é o caso da benzofenona-3  (24,26).

Outro benefício de se utilizar tape stripping é que o método pode avaliar a penetração em um curto período de tempo e com uma pequena quantidade do filtro aplicada sobre a pele (27). No entanto, Couteau et al. (2001) demonstraram que ao avaliar a penetração em um período maior de tempo, o teor de recuperação dos filtros diminui, levando a concluir que quanto maior o tempo que os filtros permanecem sobre a pele, maior é a sua penetração (28).

Ao fazer uma comparação entre as técnicas empregadas para avaliar a penetração dos filtros solares na pele, tape stripping para um estudo in vivo e célula de Franz para uma análise in vitro, os investigadores perceberam que ambas as técnicas, quando utilizadas em conjunto poderiam auxiliar na criação de novas formulações de protetores solares, visto que o modelo de estudo in vivo traz informações sobre a penetração dos filtros nos EC e o modelo de estudo in vitro pode ajudar na triagem de novas moléculas que podem atuar como filtros solares e novos veículos para as formulações (14).

 A técnica de tape stripping  também pode ser empregada junto com outros métodos analíticos como a microscopia confocal de Raman que permite a visualização do conteúdo das fitas obtendo uma visão tridimensional da distribuição dos filtros no EC (16). Também foi utilizada em conjunto com métodos espectrométricos, como a espectroscopia fotoacústica, que permite avaliar a profundidade do perfil de penetração dos filtros através do comprimento de difusão térmica (15). Gebauer et al. (2012) demonstraram que essa técnica atrelada ao tape stripping é útil na análise da homogeneidade que o filtro UV está distribuído no EC  (29). No entanto, Haque et al. (2016) observou que alguns excipientes utilizados na formulação podem interferir na adesão das fitas (30).

Em relação aos resultados encontrados, sobre a recuperação dos filtros em estudos que utilizaram a técnica de tape stripping, nota-se que a maioria dos filtros possui teor de recuperação em cerca de 90%, como demonstrado para o methylene bis-benzotriazolyl tetramethylbutylphenol - 91,1%, para o ethylhexyl methoxycinnamate – 103.5%, para o diethylamino hydroxybenzoyl hexyl benzoate – 101,1%; para o bis-ethylhexyloxyphenol methoxyphenyl triazine - 90,6% (16,31).

Célula de Franz

Esse procedimento permite avaliar a permeação de substâncias topicamente aplicadas no EC. Ela consiste em duas células, uma receptora e uma doadora. Na célula doadora é depositado o filtro a ser estudado e na célula receptora há uma solução onde o composto se difunde. As duas células são separadas por uma membrana, equipadas com uma barra magnética para manter a solução de difusão homogênea (32).

Como membrana, diversos tecidos podem ser utilizados como por exemplo pele humana, ou modelos advindos de animais como porcos, ratos ou coelhos (31-33). O lado da derme do modelo cutâneo é posicionado junto a célula receptora, e a lado de EC junto a célula doadora conforme Figura 2. Com a célula de Franz é possível avaliar se há permeação transdérmica dos filtros, mas o modelo utilizado deve ser observado, pois a pele suína que possui maior permeabilidade que a pele humana, e isto deve ser considerado nos estudos que utilizam essa técnica a fim de evitar vieses (30).

Figura 2 - Representação do sistema de difusão Célula de Franz: A) Partes da célula; B) Célula montada; C e D) Células em banho maria 37oC.

bbr.20.1.307.Tab2

 

Muitos dos estudos encontrados nesta revisão utilizaram a célula de Franz como fonte de pesquisa para a permeação de substância na pele em combinação com a técnica de tape stripping, usando métodos analíticos para quantificar a penetração e permeação das substâncias com um modelo de pesquisa in vivo e in vitro (6).

Modelos de estudo

É possível realizar estudo de penetração e permeação com vários modelos de estudo, sendo os encontrados nessa revisão, membranas artificiais, pele humana, suína, ratos e de coelhos. Nesta revisão, diferentes tipos de pele como humanas, de porco, ratos e coelhos foram encontradas (Tabela 1-5).

A utilização de pele humana é a mais indicada para o estudo de penetração de filtros solares pois é a ela que o produto se destina. Os estudos podem ser realizados in vivo quando realizada em voluntários, ou in vitro quando é feito o uso de pele retirada de cirurgias plásticas geralmente da região abdominal ou da região dos seios (20).

Quando é utilizada a pele suína, muitos pesquisadores preferem utilizar a pele retirada da orelha, sendo considerada um modelo de estudo por ser muito similar a pele humana (34). No entanto, quando comparada a pele humana, utilizando o método de tape stripping, é possível retirar uma maior quantidade EC na pele suína (30).

Fatores que determinam a difusão dos filtros solares na pele

Dentre os fatores que determinam a difusão dos filtros solares na pele estão: características físico-químicas, veículo utilizado na formulação, concentração das moléculas e o estado da pele (31). Serão destacados a seguir dois desses fatores: as características físico-químicas e o veículo das formulações.

Uma característica importante a ser observada é o quanto a molécula é lipofílica. Filtros lipofílicos como a benzophenone-3ethylhexyl methoxycinnamate, 2-ethylhexyl salicylate possuem mais facilidade de penetrar no EC (27,35). No entanto, a pele apresenta sítios hidrofílicos e lipofílicos, e o coeficiente de partição (log P n-octanol/água) pode ser usado para estudo da penetração dessas moléculas. Se o coeficiente de partição for muito baixo, as moléculas são mais hidrossolúveis e não passam a barreira do estrato córneo, por outro lado se for muito alto a lipoficilidade aumenta e as moléculas são tão solúveis que permanecem dissolvidas no EC. Estudo anterior mostrou que a penetração percutânea apresentou comportamentos preditivos de acordo com log P, considerado o log P 1 como ideal para penetração percutânea (31).

Veículo e vetorização

Há diversas formas de alterar a penetração dos filtros solares, como por exemplo alterar as propriedades físicas e químicas da formulação, entre elas, o aumento da viscosidade da formulação (26,36).

O veículo utilizado é muito importante na formulação, pois ele pode influenciar na absorção cutânea, aumentando ou bloqueando a passagem do filtro UV na pele (26). Portanto, deve ser cuidadosamente escolhido para evitar a penetração dos filtros solares na pele (37).

Foi demonstrado por Chatelain et al. (2003) que de fato, a penetração dos filtros é dependente do veículo usado na formulação pois nesse estudo os filtros benzophenone-3, ethylhexyl methoxycinnamate2-ethylhexyl salicylate, homosalate e butyl methoxydibenzoylmethane tiveram maiores taxas de recuperação quando em formulações que tinham como veículo um creme gel em vez de um veículo de vaselina (38). O Fator de Proteção Solar (FPS) se manteve mais elevado quando o veículo era constituído de um creme gel, demonstrando que os filtros mantiveram nas camadas mais superficiais do EC. No entanto, emulsões O/A demonstraram ser potencializadoras da penetração da benzofenona-4 (28).

Encapsular as moléculas do filtro solar tem se mostrado uma estratégia de formulação para aumentar a estabilidade e a eficácia de produtos contendo filtros solares (33). Foi demonstrado que nanoemulsões também podem auxiliar na manutenção dos filtros nas camadas mais superficiais do EC (39).

Outros estudos revelaram que a utilização de sistemas de cristais líquidos podem diminuir a permeabilidade do ethylhexyl methoxycinnamate na pele (40) , assim como o uso nanocápsulas como veículo pode reduzir a penetração do ethylhexyl methoxycinnamate, formando um filme na superfície e diminuindo a penetração no EC (19,33) . Por outro lado, o tamanho dessas nanopartículas deve ser levado em conta, pois partículas com tamanho maior que 10 µm permanecem na superfície da pele e partículas menores que 3 µm distribuem-se pelos folículos capilares e pelo EC (41).

O uso de microsferas lipídicas sólidas como veículo apresentou uma diminuição na penetração de ethylhexyl triazone e de benzophenone-3, sendo sugerido pelos autores Mestres et al. (2010) como o veículo ideal para formulações contendo esses filtros (23,42). Os autores Martins et al. (2014) sugerem também a formulação dessas microesferas com ceras naturais como as de abelha e de carnaúba (43). Por outro lado, a utilização de nanoestruturas poliméricas e microesponjas de amido se mostraram eficientes em reduzir a permeação da benzophenone-3 na pele e até mesmo levar a um aumento do fator de proteção solar (13,44).

Siqueira et al. (2011) demonstraram também que nanocápsulas contendo quitosana apresentam eficiência em manter a benzophenone-3 nas camadas mais superficiais do EC, e que fórmulas contendo essas nanocápsulas podem evitar a distribuição sistêmica da mesma (45). Outros estudos demonstram que a utilização de microcápsulas de beta ciclodextrina, bem como o uso de micropartículas lipídicas incorporadas aos filtros ethylhexyl methoxycinnamate e butyl methoxydibenzoylmethane, foram capazes de reduzir a penetração da butyl methoxydibenzoylmethane através do EC, efeito importante para garantir a proteção aos raios UV e também limitar potenciais reações tóxicas por parte desses filtros (46–48).

Estudo conduzido por Calderilla-Fajardo et al. (2006) com o filtro solar ethylhexyl methoxycinnamate demonstrou que o uso de nanocápsulas e de nanoemulsões além de alterar a diminuir a penetração dos filtros aumentando a retenção dos filtros no estrato córneo, foi capaz de aumentar seu fator de proteção solar (49,50).

Estudo conduzido por Wissing & Müller (2002) mostrou que, nanopartículas lipídicas sólidas foram capazes de fazer com que a benzophenone-3 permanecesse por mais tempo na superfície da pele, mantendo sua função de proteção solar (14).

Influências de outras substâncias

O uso de adjuvantes nas formulações pode auxiliar ou não na penetração dos filtros na pele. Fernandez et al. (2000) mostraram que o óleo de coco e de trigliceriídeos de ácido cáprico e caprílico como solventes para os filtros UV possuem o papel de limitar a permeação cutânea (6).

Outro estudo, demonstrou que, o Transcutol® CG (diethylene glycol monoethyl ether) adicionando à bases transdérmicas, facilitou o acúmulo dos filtros benzophenone-3 ethylhexyl methoxycinnamate no EC (51).

Alguns filtros solares podem atuar como potencializadores da penetração de outras substâncias. Estudos demonstram que seis de nove produtos testados [ethylhexyl methoxycinnamate2-ethylhexyl salicylatebenzophenone-3benzophenone-4ethylhexyl dimethyl PABA e homosalate] podem aumentar a penetração do ácido diclorofenoxiacético (2,4-D) um herbicida usado por trabalhadores rurais (52,53).

Visto que há no mercado formulações que possuem função repelente e de proteção solar, alguns estudos demonstram que filtros solares podem penetrar mais na pele quando aplicados junto com o uso de repelentes, como a benzofenona-3 que pode penetrar cerca de 89% mais, quando um repelente, DEET (N,N-diethyl-m-toluamide), é aplicado sobre ela, apresentando um efeito sinérgico (54–56). No entanto, há publicações que demonstram que a adição de antioxidantes como o trans-resveratrol e o betacaroteno também podem mudar o perfil de penetração dos filtros, aumentando seu FPS e diminuindo sua penetração no EC (57).

Determinados filtros solares precisam ser estabilizados na formulação, como é o caso da 4-methylbenzilidene camphor, um filtro que se encontra atualmente em desuso. Uma das formas de estabilização utilizada é por meio de complexos de ciclodextrinas, porém Scalia et al. (2007) (2) observaram que esses complexos não influenciam no perfil de penetração da 4-methylbenzilidene camphor. Heo et al. (2018) adicionaram polissacarídeos de pullulan a benzophenone-8, um polissacarídeo natural, demonstrando que a formação desse conjugado pode aumentar o tempo que o filtro fica retido na pele (58).

Finalmente, um estudo observou a influência da cafeína em aumentar cerca de 25% a ação fotoprotetora UVB associada a boa compatibilidade cutânea (59).

 

Conclusão

Através da revisão dos artigos nesse estudo é possível concluir que o uso de apenas uma metodologia pode ser considerada para a avaliação da penetração de filtros solares, porém a combinação de técnicas como a célula de Franz e tape stripping pode revelar o perfil completo de permeação e penetração dos filtros solares na pele.

A técnica de tape stripping revela o perfil de penetração dos filtros associado à métodos analíticos como a cromatografia líquida de alta eficiência e métodos espectrométricos. Observa-se que a penetração dos filtros no EC não significa que os filtros tiveram uma passagem transdérmica, por essa razão deve se levar em conta o teor de recuperação dos filtros e observar em quais camadas do EC este teor foi maior, visto que um maior teor de recuperação nas primeiras fitas sugere a não permeação do filtro.

Para avaliar se há permeação transdérmica o método de difusão por célula de Franz, é o mais indicado, porque este avalia a passagem dessas substâncias em todas as camadas da pele, incluindo epiderme e derme, sendo possível avaliar se os filtros solares analisados poderiam estar disponíveis para alcançar a circulação sanguínea e atuar sistemicamente.

Vários fatores podem influenciar os resultados de penetração dos filtros solares, como o substrato utilizado, as características físico-químicas como o coeficiente de partição e a lipofilicidade da molécula, os veículos utilizados, a adição de outras substâncias e a vetorização destes.

Nota-se que o emprego desses métodos é importante para garantir a segurança e eficácia dos protetores solares, visto que filtros como a benzophenone-3ethylhexyl methoxycinnamate e butyl methoxydibenzoylmethane por exemplo, apresentaram vários relatos que sugerem penetração na pele, e ainda são muito utilizados em diversas formulações de protetores solares.

 

Contribuições autorais

Conceituação, D.Q.B, A.V.S.N., F.V.L.; metodologia, D.Q.B, F.V.L.; análise formal, C.R., R.M.M., A.R.B.; investigação, D.Q.B, A.V.S.N., F.V.L.; redação, D.Q.B, R.M.M., A.A.H.: preparação original do rascunho, D.Q.B.; redação e edição, D.Q.B., R.M.M., F.V.L.; supervisão, F.V.L.; administração de projetos, F.V.L.; aquisição de financiamento, D.Q.B.; F.V.L. Todos os autores leram e concordaram com a versão publicada do manuscrito.

 

Financiamento

Os autores agradecem a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES) pela bolsa de iniciação científica.

 

Conflitos de Interesse

Os editores envolvidos na autoria desses manuscritos não tiveram participação no processo de revisão ou decisão. Todos os autores declararam que não existirem relações financeiras e/ou pessoais que possam representar um potencial conflito de interesses.

 

Referências

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