Artigo Original, Biomed Biopharm Res., 2023; 20(1):25-36 doi: 10.19277/bbr.20.1.306; versão PDF [+]; html em inglês [EN] |
Rotulagem alimentar - Conhecimento de estudantes universitários: um estudo exploratório
Leandro Oliveira 1 ✉️, Catarina Manoel 2, Márcia Ribeiro 2, Diogo Pedro 2, Catarina Simões Rodrigues 2 & Carina Rossoni 2,3
1 - CBIOS - Center for Biosciences & Health Technologies, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Campo Grande 376, 1749-024 Lisboa, Portugal
2 - Escola de Ciências e Tecnologias da Saúde da Universidade Lusófona, Av Campo Grande, 376, 1749-024, Lisboa, Portugal
3 - Universidade de Lisboa – Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina, Avenida Professor Egas Moniz, 1649-028 Lisboa - Portugal
Resumo
A rotulagem alimentar é importante para que os consumidores tenham acesso a informações nutricionais precisas e que os orientem na escolha por alimentos mais saudáveis, contudo é igualmente importante a sua correta compreensão e utilização por parte dos consumidores. O objetivo este estudo é avaliar os conhecimentos dos estudantes do ensino superior sobre rotulagem e relacioná-los com fatores demográficos. Trata-se de um estudo observacional exploratório cuja recolha de dados foi efetuada por um questionário online, no período entre novembro e dezembro de 2022. Participaram neste estudo 124 estudantes do ensino superior, maioritariamente do sexo feminino (74,2%), residentes na área metropolitana de Lisboa (97,9%), que não praticavam exercício físico/ desporto (98,4%), e não tinham qualquer tipo de alergia alimentar ou doença (84,7%). A média de idade dos participantes era de 20,1 ± 1,9 anos. A média da pontuação do conhecimento sobre rotulagem alimentar foi de 5 ± 1,8, num máximo de 8 pontos. Não foi encontrada nenhuma relação entre o conhecimento sobre rotulagem com características demográficas. Contudo, os resultados apontam para a necessidade aumentar o conhecimento sobre rotulagem alimentar, bem como sobre a interpretação das informações nutricionais.
Palavras-chave: rotulagem alimentar, estudantes, alegações nutricionais, informação nutricionais, nutrição
Como Citar: Oliveira, L., Manoel, C., Riberio, M., Pedro, D., Simões Rodrigues, C., Rossoni, C. (2023) Food Labeling - Knowledge among university students in the Lisbon region: an exploratory study. Biomedical and Biopharmaceutical Research, 20(1), 25-36.
Correspondência a:
Recebido 28/02/2023; Aceite 15/05/2023
Introdução
A rotulagem alimentar pode consistir uma ferramenta económica de informações nutricionais e de comunicação para os consumidores no ato da compra e ajudá-los a fazer escolhas alimentares mais consistentes e saudáveis (1). Contudo, alguns consumidores são influenciados pela rotulagem a consumir determinados alimentos que não necessitam, apenas por estarem na moda (por exemplo, alimentos funcionais), acreditando que esses alimentos são mais saudáveis (2). De um modo geral, a rotulagem dos alimentos inclui a tabela de informação nutricional, o tamanho da porção, e lista de ingredientes, que são usados para comunicar informações nutricionais básicas. Atualmente, informações sobre a composição nutricional e os benefícios para a saúde têm sido cada vez mais destacadas nas embalagens, resultando numa rotulagem alimentar mais sofisticadas, por exemplo através das inclusão de painéis com factos nutricionais, semáforos nutricionais, logotipos, alegações nutricionais e de saúde na frente da embalagem (3).
A literatura tem mostrado que existem vários determinantes da utilização dos rótulos alimentares como o sexo, a idade, o nível de escolaridade, o conhecimento em saúde e nutrição, entre outros (4-6). Segundo o trabalho de Shangguan et al. (2019) (6), que consistiu numa meta-análise que compilou estudos de intervenção que avaliavam várias exposições a rótulos alimentares, os rótulos alimentares tiveram um impacto positivo no consumo posterior de alimentos, incluindo a redução da ingestão energética (6,6%), ingestão total de gordura (10,6%), outros alimentos não saudáveis (13,0 % — incluindo bebidas açucaradas, bebidas alcoólicas, batatas fritas, e pão branco), e aumentou o consumo de vegetais (13,5%).
Neste sentido, grupos específicos de consumidores, como jovens adultos, podem ser um alvo para a implementação de estratégias em que se utiliza a rotulagem alimentar para promover escolhas alimentares mais saudáveis (1,7). A entrada dos jovens no ensino superior representa uma fase de transição para a vida adulta, na qual alguns comportamentos saudáveis podem ser perdidos devido à adaptação a um novo ambiente, pressão académica e aspetos económicos (7). Isto pode levar a hábitos e comportamentos menos saudáveis como o maior consumo de alimentos ricos em açúcar, gordura e sal, e diminuição do consumo de hortofrutícolas (7). De facto, segundo uma meta-análise, quase dois terços dos estudantes do ensino superior aumentam de peso durante a universidade, sendo que a taxa de aumento de peso é superior à da população em geral (8). Alguns estudos em jovens adultos tem demonstrado que a utilização da rotulagem alimentar tem sido associada a escolhas alimentares mais saudáveis, principalmente devido à menor escolha de alimentos ricos em energia, gordura, e sódio, como snacks salgados, sobremesas, e maior escolha por alimentos com maior teor de fibra alimentar, como as frutas e vegetais, e cereais integrais (7). Contudo, importa ainda referir que a percentagem de jovens adultos/ universitários que consulta as informações nutricionais que constam nos rótulos dos alimentos é baixa (4,7). Além disso, a literatura referente à utilização e conhecimento e interpretação de rotulagem alimentar e nutricional em Portugal é escassa, especialmente a que se refere a adultos jovens/ estudantes universitários.
Deste modo, torna-se importante avaliar os conhecimentos e a interpretação da rotulagem alimentar por parte dos jovens adultos/ universitários com vista ao desenvolvimento de estratégias capazes de melhorar as suas escolhas alimentares. Assim, o objetivo este estudo é avaliar os conhecimentos dos estudantes universitários sobre rotulagem alimentar e relacioná-los com fatores demográficos.
Material e Métodos
Procedimento e amostra
Este é um estudo transversal, exploratório e de abordagem quantitativa cuja amostra consistiu em estudantes do ensino superior da Universidade Lusófona em Lisboa, Portugal. Os critérios de inclusão para participação no estudo foram: ter uma ≥18 anos, e estar a frequentar a Universidade Lusófona há dois semestres. Para a recolha de dados foi utilizado um questionário online (disponível entre novembro e dezembro de 2022), através da plataforma GoogleForms®, e todos os dados foram autorreportados. Foi feito um convite pelas redes sociais para participação no estudo, este incluía um link direto para o questionário. Deste modo, foi utilizada uma amostragem não probabilística do tipo bola de neve.
O questionário, em Língua Portuguesa, compreendia as duas secções: caracterização demográfica e de saúde (sexo, idade, local de residência, prática de exercício físico, existência de alguma alergia alimentar ou doença, etc.) e conhecimento sobre rotulagem alimentar, baseado num estudo desenvolvido por Morais et al. (2020) (9), que tinha originalmente tinha 24 perguntas relacionadas com as seguintes dimensões: significado das alegações nutricionais, interpretação da informação nutricional, e interpretação do rótulo quanto à lista de ingredientes e tamanho da porção/teor do nutriente. As respostas certas eram cotadas com um ponto até ao máximo de 24 pontos. No nosso questionário, foram seleccionadas oito perguntas para avaliar os conhecimentos relativos às dimensões "alegações nutricionais" e "significado e interpretação" dos rótulos dos alimentos. Às respostas certas foi atribuído 1 ponto e às erradas 0 pontos (pontuação máxima: 8 pontos). Além disso, foram adicionadas mais duas questões: 1. “Se a embalagem de um alimento alegar ser "magro", vai verificar a sua informação nutricional no rótulo?”; 2. “Considerando que a embalagem de um alimento é atrativa, qual a tendência para verificar a sua informação nutricional?”.
Considerações éticas
Este estudo foi realizado seguindo as normas éticas estabelecidas na Declaração de Helsínquia de 1964 e as suas posteriores emendas ou normas éticas comparáveis. O protocolo, observando todos os princípios da boa prática de investigação em humanos, foi previamente submetido a Comissão de Ética institucional. Foram disponibilizadas informações a todos os voluntários sobre o estudo e um consentimento informado onde se explicou detalhadamente o objetivo e protocolo do estudo, foi-lhes garantida a confidencialidade e o uso exclusivo dos dados recolhidos para o presente estudo, sendo os dados tratados de forma a garantir o seu anonimato.
Análise estatística
A análise estatística do presente estudo foi realizada por recurso ao software IBM SPSS Statistics, versão 26 para Windows. A estatística descritiva consistiu no cálculo das frequências absolutas (n) e relativas (%) e no cálculo da média e desvio-padrão (d.p) para as variáveis quantitativas. O teste exato de Fisher foi usado para avaliar a independência entre pares de variáveis, o teste de Mann-Whitney para comparar ordens médias entre amostras independentes. O coeficiente de correlação de Spearman (r) foi utilizado para avaliar o grau de associação entre pares de variáveis contínuas. A hipótese nula foi rejeitada quando p < 0,05.
Resultados
Neste estudo participaram 124 indivíduos sendo que a maioria destes era do sexo feminino (74,2%), residia na área metropolitana de lisboa (97,9%), não praticava exercício físico/ desporto (98,4%), e não tinha qualquer tipo de alergia alimentar (84,7%). A média de idade dos participantes 20,1 ± 1,9 anos. A análise realizada através do teste exato de Fisher não revelou diferenças entre o sexo e local de residência (p=0,758), praticar exercício físico/ desporto (p=0,451), e ter alguma alergia alimentar (p=0,573), pelo que os dados não foram apresentados em separado. Contudo, existe uma diferença na média de idades em relação ao sexo (p=0,038), a média de idade do sexo feminino 19,9 ± 1,8 anos é inferior à do sexo masculino 20,7 ± 2,0 anos.
Os resultados para as questões sobre a interpretação da rotulagem alimentar e utilização da informação nutricional são apresentados na Tabela 1. A maioria dos participantes afirma que: se estiver perante um rótulo alimentar, sabe interpretá-lo (66,9%); se a embalagem de um alimento mencionar ser "magro", vai verificar a sua informação nutricional no rótulo (57,3%); e se considerar que a embalagem de um alimento é atrativa, têm maior tendência para verificar a sua informação nutricional (52,4%).
Tabela 1 – Interpretação da rotulagem alimentar e utilização da informação nutricional (n=124). |
Na Tabela 2 é apresentada a avaliação do conhecimento dos estudantes sobre rotulagem alimentar. No que respeita às alegações nutricionais, a maioria dos participantes considera que: ao ler num rótulo a expressão “alimento funcional”, o produto pode produzir efeitos fisiológicos benéficos à saúde (66,9%); ao ler a expressão “contém glúten” no rótulo frontal de um produto, o produto contém uma proteína, presente em cereais e ao ser consumida, pode causar reações alérgicas (72,6%); no rótulo frontal de um alimento, quando há a alegação “zero (0%) gordura trans” pode-se afirmar que o produto é totalmente isento de gordura trans (53,2%). Quanto ao significado e interpretação da rotulagem alimentar, a maioria dos participantes considera que: os ingredientes são apresentados em ordem decrescente, isto é, o primeiro ingrediente é aquele que está em maior quantidade e o último, em menor quantidade no produto (69,4%); os alimentos "diet" são aqueles destinados a dietas com restrição de nutrientes, que podem ser hidratos de carbono, gorduras, proteínas ou sódio (54,0%); a afirmação “alimentos "light" são aqueles que possuem uma redução apenas em calorias” é falsa (63,7%); um alimento sem adição de açúcares é uma alimento que só contém o açúcar naturalmente presente nos seus ingredientes (91,9%); baseada na informação do rotulo apresentado, o produto é ao mesmo tempo um “alimento enriquecido” e um “alimento com reposição de nutrientes”, no qual foram adicionados ferro, vitaminas A, C, e D que já estavam presentes no produto naturalmente (41,9%). A média da pontuação do conhecimento sobre rotulagem alimentar foi de 5 (d.p.=1,5), num máximo de 8 pontos.
Tabela 2 - Avaliação do conhecimento sobre rotulagem alimentar (n=124). As respostas consideradas correctas de acordo com Morais et al. (9) estão indicadas com um asterisco (*) |
Foi encontrada uma relação entre o conhecimento sobre rotulagem alimentar com a questão “se estiver perante um rótulo alimentar, sabe interpretá-lo?” (p=0,035), sendo que participantes que afirmaram saber interpretar rótulos obtiveram uma maior pontuação (5,2 ± 1,4 pontos) face à contraparte (4,6 ± 1,5 pontos.)
Não foi encontrada nenhuma relação entre o conhecimento sobre rotulagem alimentar com o sexo (p=0,364), idade (r: 0,049; p=0,592), local de residência (p=0,640), possuir algum tipo de alergia alimentar ou doença (p=0,405).
Discussão
Este estudo teve como objetivo avaliar o conhecimento sobre a rotulagem alimentar tendo usado como amostra estudantes a frequentar a Universidade Lusófona (Lisboa, Portugal). De um modo geral dos participantes afirmaram que perante um rotulo alimentar, sabiam interpretá-lo. Porém, avaliando os seus conhecimentos a pontuação média obtida foi um pouco superior ao ponto médio da escala utilizada.
Estes resultados apresentam-se mais satisfatórios do que aos descritos num estudo português sobre rotulagem alimentar que reporta que apenas 20% dos consumidores (n=467) compreende todas as informações presentes no rótulo, tendo-se percebido que existem desafios quanto à compreensão do consumidor acerca das informações presentes no rótulo, bem como no seu uso adequado (5). Bem como a outro estudo realizado em estudantes universitários em Chongqing, China (4) reportou que os conhecimentos sobre rótulos alimentares e a sua utilização eram baixos, nomeadamente, apenas 21,3% dos universitários sabiam interpretar um rótulo alimentar, e 48,4% costumava utilizar ou utilizava sempre os rótulos nutricionais. Verificaram ainda que os estudantes de medicina tinham mais conhecimentos do que os estudantes de outros cursos.
Segundo o estudo de Silva et al. (2022) (5) os indivíduos do sexo feminino têm uma maior preocupação no momento de compra dos alimentos, e demoram mais tempo para fazerem as suas escolhas, relatando que os rótulos influenciam as suas escolhas alimentares. Outro estudo (4) reporta que indivíduos do sexo feminino são mais propensas a entender os rótulos nutricionais dos alimentos pré-embalados, e que em comparação com os participantes universitários juniores, os participantes universitários seniores e de pós-graduação tiveram uma alta probabilidade de compreensão dos rótulos nutricionais dos alimentos pré-embalados. No nosso estudo não foram encontradas relações entre as características demográficas os conhecimentos sobre a rotulagem dos alimentos, porém, seria expectável um maior conhecimento por parte do sexo feminino, tal como descrito noutros estudos. Isto pode dever-se ao facto de cada vez mais o sexo masculino também se preocupar com a sua saúde, serem mais cuidadosos com a sua alimentação, e outras questões de saúde e bem-estar.
Em relação às alegações nutricionais, verificou-se que a maioria dos estudantes conheciam o significado de “contém glúten” e “alimento funcional”, tal como noutro estudo (9) com consumidores brasileiros (n=418), recrutados numa universidade. Por outro lado, a maioria dos estudantes universitários do nosso estudo considerou, de forma errada que quando há a alegação “zero (0%) gordura trans” pode-se afirmar que o produto é totalmente isento de gordura trans, tal como no estudo brasileiro (9). De facto, de acordo com a legislação portuguesa, uma alegação de que um alimento “não contém gordura saturada”, só pode ser feita quando a soma da gordura saturada e dos ácidos gordos trans não exceder 0,1 g de gordura saturada por 100 g ou por 100 ml de alimento (10). Deste modo, esta alegação não quer dizer que alimento esteja totalmente isento ou livre de "gordura trans", mas sim que a quantidade presente nesse alimento não é considerada significativa o suficiente para o uso de outra terminologia, tal como refere Morais et al. (9).
No que concerne aos alimentos “diet” e “light”, a compreensão dos estudantes universitários avaliados neste estudo foi superior menor à encontrada num estudo com estudantes universitários no Brasil (9). Já em relação aos alimentos enriquecidos, o conhecimento da nossa amostra foi ligeiramente inferior em relação a esse mesmo estudo brasileiro. Em relação às alegações comparativas, é necessário que os produtos alvo da comparação sejam claramente indicados ao consumidor final (10). Apesar de legislados, estes termos podem ainda ser desconhecidos uma vez que de um modo geral o consumidor português não possui um elevado nível de conhecimentos sobre rotulagem (5).
Por fim, é importante realçar que embora o conhecimento sobre a rotulagem alimentar encontrado neste estudo tenha sido ligeiramente superior ao ponto médio da escala, é necessário um maior esclarecimento deste grupo populacional, uma vez que existem dificuldades de compreensão e interpretação da rotulagem nutricional, mesmo de conceitos básicos. Neste sentido, já outros estudos têm reportado a necessidade de a informação nutricional nas embalagens dos alimentos serem mais simples e claras, e que permitam o consumidor escolher os seus alimentos de forma mais consciente e com vista à promoção da sua saúde e bem-estar (1,5,9). Assim, estes resultados apontam para a necessidade do desenvolvimento de intervenções com vista a melhorar o seu conhecimento sobre rotulagem, quer seja através de campanhas de sensibilização utilizando as redes sociais, quer por materiais impressos como cartazes ou folhetos distribuídos na universidade. Outra forma de intervenção interessante seria o desenvolvimento de workshops de leitura e interpretação de rótulos.
Limitações e futuras direções
Este estudo apresenta algumas limitações, nomeadamente o seu caracter transversal que não permite a extrapolação dos resultados. O reduzido número de participantes e o próprio tipo de amostragem. Contudo, é de realçar que este é um estudo exploratório que permitiu uma primeira aproximação à temática da rotulagem alimentar em estudantes universitários em Portugal. Como futuros estudos seria importante avaliar outras dimensões relativas ao conhecimento sobre rotulagem, por exemplo, obrigatoriedade ou não de determinadas informações nutricionais, e a interpretação das informações constantes no rótulo relativas a informações nutricionais. Seria também importante estudar a perceção dos estudantes sobre a utilidade e importância das informações nutricionais, bem como a sua utilização. Outro aspeto a ter em conta futuramente é a distinção entre os alunos pela tipologia de curso (saúde versus não saúde) e verificar se existem diferenças entre estes dois grupos.
Conclusões
Cerca de 70% dos participantes afirmou que sabe interpretar a rotulagem alimentar, contudo a pontuação média dos conhecimentos sobre rotulagem alimentar foi que 5 ± 1,5 em 8 pontos. Participantes que afirmaram saber interpretar rótulos obtiveram uma maior pontuação do que os que admitiram não saber interpretá-los. Não foi encontrada nenhuma relação entre o conhecimento sobre rotulagem com características sociodemográficas. Considera-se necessária a realização de mais estudos sobre esta temática de modo a obter conclusões mais sólidas. Contudo, os resultados apontam para a necessidade aumentar o conhecimento sobre rotulagem alimentar, bem como sobre a interpretação das informações nutricionais. Sugere-se o desenvolvimento de campanhas de educação alimentar, para aumentar os conhecimentos dos estudantes sobre rotulagem alimentar, de modo a fazerem escolhas mais conscientes e informadas.
Declaração sobre as contribuições do autor
LO, CM, MR, DP, e CSR, conceção e desenho do estudo; CM, MR, DP, CSR, recolha de dados; LO, análise de dados; LO, redação, edição; LO e CR revisão; LO, tabelas; LO e CR, supervisão e redação final.
Financiamento
Não aplicável.
Agradecimentos
Os autores desejam expressar os seus agradecimentos a todos os participantes.
Conflito de Interesses
Os autores declaram que não há relações financeiras e/ou pessoais que possam representar um potencial conflito de interesses.
Referências
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3. Anastasiou, K., Miller, M., & Dickinson, K. (2019). The relationship between food label use and dietary intake in adults: A systematic review. Appetite, 138, 280-291. https://doi.org/10.1016/j.appet.2019.03.025
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10. Regulamento (CE) n.o 1924/2006 do Parlamento Europeu e do Conselho. (2006). Jornal Oficial da União Europeia L 404 de 30 de Dezembro de 2006.